Houve época, não muito distante, em que o sexo oral era visto nas sociedades ocidentais como erversão. Quanto muito, considerado refinamento impróprio, praticado apenas por prostitutas e outros ´´profissionais``– ou seja, algo imoral.
Atualmente, muitos reconhecem que o sexo oral oferece ao casal uma mistura de intimidade, confiança, generosidade e ternura. Pode produzir, além disso, um alto nível de excitação e satisfação. ´´É uma das maneiras mais íntimas de se fazer amor``.
Note ainda que ele tem dois nomes. O ato de beijar, lamber e chupar os órgãos genitais femininos chama-se cunilíngua. O mesmo contato com o pênis chama-se felação. A palavra cunilíngua vem do latin cunnus, que significa órgãos sexuais femininos, e lingere significa lamber. Felação vem de fellare – chupar. O desempenho simultâneo de felação e cunilíngua entre duas pessoas é conhecido como soixante-neuf, termo francês para o número 69, que representa duas pessoas deitadas, a cabeça de uma nos pés da outra.
O sexo oral, em si, pode ser uma experiência sexual completa, quando os dois parceiros atingem o orgasmo. Mais freqüentemente, faz parte do preâmbulo que antecede a relação sexual.
Para muitas mulheres, a cunilíngua é mais excitante que a relação sexual. A lubrificação se faz mais rapidamente pela boca do que pela vagina, e o homem pode ter mais controle da boda do que dos genitais. A língua, apesar de seus movimentos rápidos, é mais delicada que os dedos; e muitas mulheres têm orgasmo com a estimulação oral, mesmo quando não conseguem alcançá-lo de outras formas. Para o homem, a felação é particularmente excitante, porque é bem diferente da relação sexual convencional. Os lábios, com tecidos semelhantes aos da própria vagina, parecem outra vagina. A felação também encerra um nível de intimidade mais elevado, e dá mais chances ao homem de se sentir adorado e desempenhar um papel passivo, que ele também pode apreciar. É também uma forma extremamente eficaz de levar o homem a uma segunda ereção.
Muitos ainda consideram desagradável a simples idéia do sexo oral. Podem pensar que é sujo usar os lábios em órgãos usados para urinar. Ou podem sentir-se envergonhados.
As mulheres, principalmente, tendem a ter algumas reservas quanto a ser inspecionadas tão intimamente. Geralmente isso ocorre porque a infância as deixou com o sentimento de que suas áreas púbicas não eram atraentes nesse sentido.
Alguns homens também podem sentir-se constrangidos com o sexo oral, achando que é anti-higiênico ou até anormal. Também podem sentir-se vulneráveis, ao confiar suas masculinidade aos dentes da parceira; ou podem ainda idealizar o sexo feminino a ponto de sentir que qualquer coisas fora dos limites restritos degrada a mulher.
Outra razão talvez: alguns homens acham que qualquer desejo de sexo oral é uma expressão de tendência homossexual, e essa idéia amedronta e envergonha. O que, para casais saudáveis, não existe nada de anormal, pervertido ou anti-higiênico no sexo oral. Trata-se apenas de outra forma de atividade sexual.
A maioria das pessoas beija o corpo dos parceiros quando faz sexo – ombros, peitos, costas, estômago, e assim por diante. O sexo oral é uma extensão natural disso – um beijo que acaricia a parte mais íntima do corpo do parceiro.
Infelizmente, o sexo oral é quase sempre retratado de forma errada em livros e filmes, fonte constante de brincadeiras sujas, que tendem a alimentar os preconceitos.
Mas lembre-se, nada é obrigatório! Pode surgir também um problema no relacionamento, quando um dos parceiros quer sexo oral e outro recusa – por vergonha, medo ou ignorância, mesmo que de alguma forma isso possa ser bom.
É extremamente positivo haver fraqueza mútua sobre desejos particulares. Mas ninguém deve ser forçado a fazer alguma coisa que não deseja realmente. Se um quer sexo oral, mas a outra parte não concorda, deveria tentar entender suas restrições e discuti-las com compreensão e paciência. O que ninguém deve é sentir-se obrigado a ceder aos desejos e chantagens emocionais de um amante sem compreensão.
O sexo oral, praticado a partir de um sentido de obrigação, ou simplesmente porque se espera que isso aconteça, seria desagradável, uma tarefa ofensiva e não a experiência sensual e amorosa que pode ser. O que um casal decide fazer na cama é uma questão extremamente de preferência pessoal e deve estar correto para ambos – não só para um – o tempo todo.
mundomulher
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